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5 Tendências em Manufatura que a Pandemia Acelerou

Muitas dessas tendências já faziam parte do roteiro pré-COVID, mas a pandemia as colocou em marcha alta.

Josh Chernin

Várias tendências em manufatura já eram aparentes antes da pandemia, mas muitas foram aceleradas pelo novo estado da indústria apresentado pelo novo coronavírus.

1. Volta para casa

Os fabricantes de maior valor agregado já estavam começando a voltar da China. A vantagem do custo de mão-de-obra chinesa está diminuindo, e muitos agora reconhecem que longas cadeias de fornecimento amarram muito os estoques (e o dinheiro) em barcos, o que cria uma vulnerabilidade tanto quanto a problemas de qualidade como a ciclos de vida mais rápidos do produto. A ameaça de roubo de propriedade intelectual é outro fator de motivação significativo.

Outro fator foi a diminuição do conteúdo de mão-de-obra dos produtos de maior valor agregado, acelerada pelo aumento da automação. A pandemia aumentou o exame minucioso dos Planos de Recursos para Desastres, incluindo a obtenção de múltiplas opções de fornecimento.

A reformulação para voltar para casa é vista agora como uma opção de prevenção de riscos para o futuro.

Análise

Clientes comerciais que recebem suprimentos de uma única fábrica nos Estados Unidos podem insistir para que uma segunda fábrica seja preparada como alternativa.

2. Robótica e Cobótica

Grande parte do aumento na produtividade de manufatura nos últimos 30 anos se deve à automação. Os robôs e os cobots simplesmente continuam essa tendência. À medida que a capacidade robótica aumenta (e os custos diminuem), eles são cada vez mais encontrados nas fábricas de empresas menores. Eles ajudam a mitigar as dificuldades em atrair mão-de-obra qualificada.

Análise

Com a necessidade de distanciar socialmente os trabalhadores, os robôs e os cobots podem assumir tarefas mais simples, e permitir que os trabalhadores humanos se espalhem. Os robôs também são fáceis de limpar, portanto, espera-se ver mais deles em breve nas fábricas de processamento de alimentos.

3. Impressão 3D

Há dez anos, a impressão 3D era pensada estritamente como uma ferramenta de prototipagem. Desde então, a indústria tem passado por enormes aumentos na produtividade, nos tipos de material disponíveis, nas tolerâncias e na resistência das peças, bem como na capacidade de integrar impressões 2D e até circuitos elétricos.

As fábricas escuras1 estão agora produzindo peças, sem supervisão, durante toda a noite, e as unidades militares levam impressoras a campo para produzir peças de reposição em cima da hora. As impressoras 3D podem imprimir metais sinterizados, todo tipo de plástico, titânio, vidro e compósitos, os últimos por meio da alimentação de carbono ou vidro em uma porta e resina na outra. A Airbus e a Boeing estão ambas imprimindo peças para aviões.

Análise

A pandemia não afetou tanto a impressão 3D como outras, e a impressão 3D ainda não é um substituto para peças que precisam suportar grandes tensões. No entanto, ela já chegou mais longe do que muitos previam, e seu uso só vai aumentar. As vantagens da manufatura aditiva são muito grandes para serem ignoradas.

1 Fábricas escuras é o nome dado às fábricas que não possuem trabalhadores humanos. O nome advém do fato de que robôs não precisam de um ambiente iluminado para operar.

4. Internet das Coisas

A Internet das Coisas (IoT) é apenas uma extensão da economia de dados levada ao nível de “coisas” – máquinas em uma fábrica, produtos que são vendidos – a fim de reunir dados acionáveis. A Internet das Coisas  é cada vez mais barata e fácil; estão disponíveis “pilhas” prontas, com produtos interoperáveis como inteligência artificial e gêmeos digitais.

A coleta de dados das máquinas das fábricas permite uma melhor utilização, dados de melhor qualidade, manutenção preditiva e controle de processos, que podem ser facilmente compartilhados com os clientes para comprovar os processos.

Nos produtos, a IoT permite a manutenção preditiva (por exemplo, quando sua máquina de lavar precisa de um rolamento), e, cada vez mais, a venda de produtos-como-um-serviço (PaaS). Isso se refere a um fluxo contínuo de receita gerada pelos dados juntamente com analytics, serviços e peças, o que transforma a venda de um produto em uma anuidade.

Análise

A pandemia irá impulsionar a IoT porque permite aos engenheiros da fábrica monitorar remotamente os processos. Um engenheiro pode, em alguns casos, trabalhar de casa, ou ao menos a partir de um centro de controle remoto.

5. Educação dos funcionários

O tópico comum a todas essas tendências, e que é mais afetado pela pandemia, é a educação dos funcionários. Com o tempo, para muitos funcionários, o ensino superior consistirá em cursos à distância, talvez complementados por trabalho em laboratórios ou oficinas mecânicas, levando à obtenção de um certificado.

Depois disso, os empregadores dirigirão e subsidiarão a educação adicional, tanto individualmente como para a massa geral de empregados. A educação em estatística, ou a interpretação de dados, também será difundida.

Análise

A educação dirigida pelo empregador será parte da exigência de aumentos. A ideia é educar os funcionários exatamente no que eles precisam ser educados no momento, não apenas para um melhor desempenho, mas também para a capacidade de delegar responsabilidades que exijam habilidades analíticas e de engenharia.

Fonte: https://www.ien.com/automation/article/21141246/5-manufacturing-trends-the-pandemic-has-accelerated